quarta-feira, 9 de junho de 2010

ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA

A alergia à proteína do leite é a de maior prevalência dentre as que são registradas no Brasil. As proteínas são cadeias curtas ou longas de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. A alergia alimentar ao leite de vaca é uma entidade clínica resultante da sensibilização (irritação) das vilosidades intestinais de um indivíduo a uma ou mais proteínas do leite como a beta-lactoglobulina, a caseína, a globulina sérica e a albumina sérica. Os sintomas mais freqüentes manifestam-se no trato gastrointestinal, trato respiratório e pele. As manifestações clínicas incluem prurido nos lábios, língua ou palato, lacrimejamento, diarréia, náusea, dor abdominal, angiodema, bronco espasmo e constipação intestinal. O diagnóstico consiste em eliminar o leite de vaca e também todos os seus derivados da dieta do indivíduo. Se os sintomas inicias cessarem está devidamente constatado o caso de alergia ao mesmo. É importante não ingerir leite e seus derivados quando apresentar esta alergia, estar atento quanto à composição dos alimentos industrializados, verificando sempre o rótulo antes do consumo.



Alimentos Permitidos e Proibidos:

Alimentos que devem ser utilizados:
1)Bebibas à base de soja (Soymilke Ômega, Soymilke Morango lata)
2)Fórmulas com proteína do leite hidrolizada (Nan HÁ (Nestlé), Alfaré (Nestlé), Pregestimil (Mead Johnson), Pregomin (Suport).

Outra forma de complementar o tratamento ao leite de vaca é o uso de suplemento vitamínicos e minerais que devem ser prescritos a fim de que seja oferecida uma dieta isenta do componente alergênico, mais nutricionalmente adequada. Atentar para a freqüente possibilidade de associação a outros alergenos tais como ovo, soja entre outros.

Alimentos que devem ser evitados:
1)Leite de vaca
2)Margarina, Manteiga
3)Queijos em geral
4)Iogurtes em geral
5)Chocolate, Creme de leite, Leite condensado
6)Sorvetes
7)Sopas prontas/ instantâneas cremosas, patês (pode conter caseína)
8)Salsichas (pode conter proteínas do leite) entre outros
Muita atenção para a leitura de rótulos e verificação da presença de leite e derivados na composição dos alimentos.

Fontes:
SDEPANIAN, V.L. et al. Desempenho de pais de crianças em dieta exclusão de alimentos industrializados come sem leite de vaca. Jornal de Pediatria. Outubro de 2007. Disponível em http://www.scielo.br/
KODA,Y.K.L., BARBIERI, D. Alergia à proteina do leite de vaca. Disponível em Http://www.pediatriasaopaulo.usp.br (Revisões e Ensaios). Publicado em 19 de Janeiro de 1984.

DOENÇA CELÍACA

Os pacientes com doença celíaca apresentam uma intolerância ao glúten que leva à atrofia das vilosidades intestinais provocada pela agressão da gliadina à mucosa intestinal. Foi no período da Segunda Guerra Mundial, graças a observações feitas por um pediatra holandês, durante o período de racionamento de trigo e sua posterior reintrodução na alimentação, que se associou a doença celíaca com a alimentação. Atualmente, o aumento no diagnóstico de casos deve-se ao avanço tecnológico de exames realizados em laboratórios. A gliadina é a fração do glúten mais tóxica para os pacientes com doença celíaca. A digestão do glúten começa no estômago, com a pepsina secretada no suco gástrico, seguida pela ação das enzimas proteolíticas provenientes do pâncreas e da borda em escova do intestino delgado, sendo degradado a dipeptídeos e tripeptídeos. Nos pacientes com doença celíaca devido à atrofia das vilosidades intestinais a absorção de nutrientes fica comprometida. O quadro clínico na doença celíaca varia muito, dependendo da gravidade, extensão das lesões e com a idade do paciente.
Os principais sintomas são: diarréia, fraqueza, dor abdominal, náuseas e vômitos, emagrecimento.
O tratamento da doença celíaca é baseado na retirada permanente do glúten da dieta.
Existem fortes evidências de uma predisposição genética à doença celíaca. Devido ao processo inflamatório a função de barreira do intestino delgado fica comprometida, favorecendo a entrada de microrganismos patogênicos, como Salmonella, por exemplo. Conforme legislação brasileira, os fabricantes da indústria alimentícia devem especificar na embalagem se o alimento contém ou não contém glúten.


Alimentos Permitidos e Proibidos

Lista de alimentos que podem ser consumidos por portadores de doença Celíaca, ou seja, alimentos que não contém glúten:
1) Rocambole diet de doce de leite (Verdemar)
2) Nutella
3) Iorgutes: Vitambé, Molico, Itambezinho, Chamyto (Nestlé), Chambinho Ninho (Nestlé)
4) Sobremesas: Chandelle chocolate branco (Nestlé), Flan morango (Batavo/Nestlé), Gelatinas, Pudins (Otker), Pudim de Coco, Caramelo, Chocolate e Manjar com calda de ameixa (Fleishman-Royal), Frutas em calda (Oderich)
5) Barra de chocolates: Intense Orange (Lindt Excellence)
6) Bombons: Montevergine, alguns bombons Kopenhagen, Kinder ovo
7) Tempero: Sazon
8) Bebidas Alcoólicas: Champagne (Champ Moet Chandon), Vinho Campo Largo, Ice (Smirnoff), Conhaque (Cheher), Rum, Cachaças de cana, Vodka (Orloff), Saquê

Lista de alimentos que devem ser retirados da dieta de portadores de doença celíaca, por possuírem glúten em sua composição:
1) Neston três cereais
2) Iorgute: Ninho, Danoninho, Danone (Activia), Danone corpus (light)
3) Sobremesa: Danette
4) Pizza: Perdigão, Sadia, Batavo
5) Lasanha: Perdigão, Sadia
6) Nuggets Sadia
7) Nesquik, Nescau, Toddynho, Toddy
8) Rocambole (Bauducco), Pão de forma, Bisnaguinha, Sequilhos tradicionais (Seven boys), Mistura para bolo (Vilma), Torrada Bauducco, Colomba pascal (Bauducco)
9) Nescau Cereal Radical
10) Biscoito: Recheado (Aymoré), Cream Cracker, Wafer, Cookies
11) Bombom: Nestlé, Lacta, Garoto
12) Salgadinhos: Baconzitos, Doritos, Fandangos, Sensações ao forno
13) Mix de cereais com passas de uva e maça
14) Carnes empanadas
15) Tempero Maggi: para aves, peixes, legumes e saladas, Caldo Knorr
16) Bebidas alcoólicas: Cerveja, Gin, Uísque, Licor de Uísque e Vodka destilada de grãos e licor

Fontes:
- Rótulos de alimentos disponíveis em supermercados;
- ACELBRA-RJ encontrado em: www.riosemgluten.com/produtos_sem_gluten, acessado em  24/05/2010;
- LOPES, Antonio Carlos. Tratado de clínica médica. 2. ed. vol. 1. : Roca, 2009. p. 973-990

sexta-feira, 28 de maio de 2010

INTOLERÂNCIA A LACTOSE

A intolerância a lactose acontece quando há uma diminuição na quantidade da enzima lactase ou quando a mesma não é produzida. Essa enzima decompõe o açúcar do leite em carboidratos mais simples. Com a diminuição da mesma, há uma inabilidade do organismo para digerir o açúcar do leite, a lactose. Os indivíduos intolerantes à lactose, apresentam problemas digestivos de grau variável após a ingestão de leite ou de seus derivados.
A lactose é um açúcar (carboidrato) classificado como dissacarídeo porque é formada pela união de dois açúcares menores, uma glicose e uma galactose. A lactose é o principal carboidrato encontrado no leite e nos seus derivados. Após consumir esse tipo de produtos, algumas pessoas podem sentir desconforto gastrointestinal. Em geral, tais sintomas são percebidos como um simples mal-estar.
Com a baixa atividade da lactase, o organismo tem dificuldade para absorver esse açúcar contido no leite ingerido, o que aumenta a concentração da lactose no intestino delgado e consequentemente atrai mais líquido para o interior do mesmo, deixando as fezes mais líquidas e causando alguns desconfortos gastrointestinais, como: diarréia, distensão abdominal, gases, flatulência, inchaço, cólica abdominal, sensação de mal-estar e empachamento (abdômen cheio). O gás se forma no intestino grosso como subproduto da ação das bactérias sobre os alimentos não digeridos. A distensão intestinal causada pelos gases produz dor abdominal, que pode ser semelhante a uma cãibra ou cólica. Normalmente esses sintomas são apresentados de 30 minutos a 1 hora após a ingestão de produtos que contenham lactose.
Há três tipos de Intolerância à Lactose, que são decorrentes de diferentes processos, são eles: deficiência congênita da enzima, diminuição enzimática secundária a doenças intestinais e deficiência primária ou ontogenética. O primeiro tipo é um defeito genético muito raro, no qual a criança nasce sem a capacidade de produzir lactase. Como o leite materno possui lactose, a criança é acometida logo após o nascimento. O segundo tipo é bastante comum em crianças no primeiro ano de vida e ocorre devido à diarréia persistente, pois há morte das células da mucosa intestinal (produtoras de lactase). Assim, o indivíduo fica com deficiência temporária de lactase até que estas células sejam repostas. Estatisticamente, o terceiro tipo é o mais comum na população. Com o avançar da idade, existe a tendência natural à diminuição da produção da lactase.
O diagnóstico pode ser feito por métodos diretos e indiretos. Os métodos diretos incluem a medida da dissacaridase na mucosa e técnicas de perfusão intestinal. Os indiretos constituem os testes respiratórios, como o teste do hidrogênio, a medida do CO2 expirado após ingestão de C-lactose e a medida da radioatividade expirada após ingestão de C-lactose. Também incluem os testes séricos de tolerância à lactose, medindo a variação da glicemia após ingestão oral de 50g de lactose.
Não há tratamento para aumentar a capacidade de produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados pela dieta. A maioria dos jovens e adultos não precisa restringir a lactose completamente. As pessoas possuem diferentes níveis de intolerância à lactose. Os iogurtes normalmente não causam sintomas, já que as bactérias presentes nas suas fórmulas (lactobacilos) produzem lactase suficiente para a digestão da mesma. Uma outra opção bastante comum é o uso de cápsulas de lactase, um suplemento alimentar que auxilia na digestão desta enzima.
    
Alimentos Permitidos:
1)Cacau em pó - Mãe Terra,
2)Creme de leite de soja (Batavo)
3)Doce de soja Soymilke
4)Bebida Láctea Zymil Sabores – Parmalat
5)Chocolate Talento Intense Amêndoas – Garoto 6)Chocolate Nestlé Classic Zero – Nestlé
7)Queijo Minas Padrão – Fazenda Carnielli,
8)Sopas Instantâneas – Ferla
9)Geléia hibiscu
10)Iogurte à base de soja ou que contenha lactobacilos
11)Biscoitos Recheados BreakUp – Arcor
12)Sorvetes sem lactose – Amoratto Sorvetes
13)Bolacha de água e sal
14)Chantilly Vegetal
15)Pão de forma integral
16)Carnes em geral
17)Biscoitos integrais
18)mostarda, maionese caseira
19)Massas, queijo tipo Tofu
20)Cereais matinais
21)Doces em calda.
22)Leite condensado de soja 
23)Cookies integrais Jasmine - sabores: cacau, coco, café, castanha do pará, frutas cítricas, papaia com cassis. 

Alimentos Proibidos:

1)Leite e derivados
2)Cappuccino,Ovomaltine
3)Goma de mascar
4)Creme de leite integral,Chantilly
5)Barras de cereais com cobertura de chocolate
6)Maionese industrializada
7)Achocolatados
8)Pães para cachorro quente
9)Cheeseburguer ,10)Sopa creme instantânea Nissin Lámen, 11)Temperos em pó / tabletes ,12)Biscoitos recheados, 13)Risoles ,14)Vitaminas e preparações de sais minerai,15)Misturas para bolos, 16)Purê de batatas, 17)Licores cremosos.

Fontes:
TÉO, C.R.P.A. Intolerância à lactose: uma breve revisão para o cuidado nutricional. Arq. Ciências saúde UNIPAR, Paraná, v. 6, n. 3, p. 135-140, set./dez, 2002.

DOENÇA DE CROHN

E uma doença Inflamatória intestinal crônica que acomete uma ou mais partes do tubo digestivo, desde a boca, passando pelo esôfago, estômago, intestino delgado e grosso, até o reto e ânus. Sua causa é muitas vezes desconhecida e um dos fatores que podem desencadear crises da doença é o estresse. Esta doença não tem cura, mas é tratável e controlável com acompanhamento médico.
Suas manifestações clínicas mais comuns são dor abdominal e diarréia, formação de fístulas e sintomas obstrutivos intestinais. Os segmentos do tubo digestivo mais freqüentemente atingidos são o íleo, o cólon e a região perianal. Além das manifestações no sistema digestório, a doença de Crohn pode ter manifestações extra-intestinais.
Os sintomas, variados e recorrentes, dificultam o diagnóstico. “Sua apresentação mais freqüente ocorre sob a forma de diarréia crônica ou prisão de ventre, dor no abdômen, associados à perda de peso, sangramento intestinal e dores nas articulações”, náuseas e vômitos com febre moderada, sensação de distensão abdominal, piorada com as refeições, mal-estar geral e cansaço também são diagnosticados.
A dieta a ser empregada dependerá da fase de atividade da doença e de sua localização no trato digestivo. A duração média das crises varia em cada paciente, e a confirmação da doença exige a realização e análise de exames específicos.
O tratamento da Doença de Crohn é individualizado de acordo com as manifestações da doença em cada paciente. Como não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações. No entanto, as terapias disponíveis atualmente permitem controlar os sintomas satisfatoriamente. Os medicamentos atuam reduzindo o processo inflamatório que acomete a mucosa intestinal, permitindo a cicatrização das lesões causadas pela doença. Além disso, eles conseguem aliviar de maneira significativa os sintomas de diarréia, sangramento retal e dor abdominal.

Fontes:
WILLIAMS, S.R. Fundamentos de nutrição e dietoterapia. 6 ed. Artmed. 368, 369 p.
MANHAN & SCOTT-STUMP. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 9 ed. Ed. Roca Ltda. 1998. 645, 646, 648 p.
PINHO, M. A Biologia molecular das doenças inflamatórias intestinais. Rev. Bras. Colo-Proctol., Mar 2008, vol.28, no.1, p.119-123. ISSN 0101-9880

ALTERAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL DE OBESOS

A obesidade é um distúrbio nutricional que pode ser definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal em decorrência de um desequilíbrio entre a quantidade de energia ingerida e a energia gasta por um indivíduo. Ela pode ser relacionada a vários fatores, entre eles, o estilo de vida e os hábitos alimentares do indivíduo, fatores genéticos, ambientais, sócio-culturais e econômicos, que vão influenciar a conduta alimentar, o apetite e a saciedade. O intestino humano é colonizado por milhões de microrganismos, que constituem a microbiota intestinal e são extremamente benéficos quando estão em equilíbrio. Eles têm a capacidade de estimular o sistema imunológico, proteger a mucosa intestinal, auxiliar na degradação dos alimentos dentre outras funções. Recentemente, ficou demonstrado que alguns microrganismos presentes no trato intestinal do obeso acabam metabolizando componentes indigeríveis da dieta o que pode afetar na quantidade de energia extraída dos alimentos influenciando na absorção e no armazenamento de gordura, podendo participar diretamente da fisiopatologia obesidade. Os filos de bactérias mais encontradas na microbiota humana são as Firmicutes e Bacteroidetes. Estas diferem entre individuos obesos e magros, com a sugestão de que a microbiota encontrada em obesos é mais eficiente do que em individuas magros, na recuperação de energia dos componentes da dieta. Não é claro se pequenas alterações na extração calórica podem realmente levar a diferenças significativas nos peso corporal. Além disso, é essencial comprovar se as diferenças observadas na microbiota intestinal de pessoas obesas são a causa ou conseqüência da obesidade. Bactérias comensais estão presentes normalmente no trato gastrointestinal (Bacteróides, Eubacterium, Bifidobacterium, Fusobacterium, Peptostreptococcus, Lactobacillus entre outros), algumas delas são benéficas e outras não, porém juntas e em quantidades adequadas não fazem mal algum ao organismo. Elas funcionam como um órgão metabolizador, sendo capazes de contribuir para uma boa saúde e bem estar do corpo humano, pois, estimulam a imunidade intestinal e previnem distúrbios gástricos, diarréias, dentre outros problemas. Em indivíduos obesos, essa microbiota se modifica e o número de bactérias benéficas como a Eubacterium retal, Clostridium Coccoides e Bacteróides é reduzido. Estudos mostram que a redução dessas bactérias é responsável pelo fácil acúmulo de massa gorda, de triglicerídeos no fígado, resistência a insulina e diabetes. As bactérias, começam a extrair maior energia dos alimentos que são em sua maior parte indigeríveis, dificultando assim a perda de peso de indivíduos obesos. Contudo é necessário investigar o problema de obesidade a partir do ponto de vista da associação entre fatores sócio-ambientais e os processos biológicos relacionados ao metabolismo energético de cada indivíduo. Assim, um dos focos no tratamento da obesidade é garantir uma microbiota saudável com um funcionamento intestinal adequado, livre de sintomas indicativos de mau funcionamento, como: flatulência, constipação intestinal, dor abdominal, distensão abdominal.

Alimentos Proibidos e Permitidos para Obesos com a Microbiota Alterada

Alguns alimentos podem ser incluídos na dieta para a obtenção de uma microbiota saudável. São eles: Frutas, verduras e legumes, pois são ricos em fibras; o azeite de oliva extra virgem; alimentos probióticos e prebióticos, pois contribuem para o estímulo dos microorganismos benéficos do intestino e os mantêm vivos; e a ingestão de água pois, além de contribuir para o bom funcionamento de todo o organismo, contribui também para a sobrevivência dos microorganismos intestinais.
O consumo de probióticos (alimentos que têm microorganismos vivos) poderia mudar a proporção entre os microorganismos habitantes do intestino se ingeridos regularmente e em quantidades adequadas, assim como o consumo de prebióticos que são carboidratos não-digeríveis (fibras), que estimulam a proliferação e/ou atividade de populações de microorganismos desejáveis no cólon.
Os alimentos que contenham excesso de gorduras e açúcares devem ser evitados, pois estes estimulam o desenvolvimento de microorganismos patogênicos.

Fontes:
ALMEIDA, L. B.; MARINHO, C. B.; SOUZA, C. S.; CHEIB, V. B. P. Disbiose intestinal. Rev Bras Nutr Clin. 2009; 24 (1): 58-65.

OLIVEIRA, L.C.; MELLO, M.T; CINTRA, I.P. & FISBERG, M.; Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Rev. Nutr. vol.17, no.2 Campinas, Abr./Jun. 2004.
TRABULSI, L. R. & ALTERTHUM, F. Microbiologia. 5ª edição. Pág. 103 a 110
TSUKUMO, D. M.; CARVALHO, B. M.; FILHO, M. A. C. & SAAD, M.J.A. Translational research into gut microbiota: new horizons in obesity treatment. Arq Bras Endocrinol Metab. vol. 53, no.2 São Paulo, Mar. 2009.

ALERGIA À PROTEÍNA DO OVO

O ovo é o segundo alimento que mais causa alergia no Brasil, perdendo apenas para o leite. Os alimentos frequentemente envolvidos na alergia são os que possuem alto teor de proteínas.
A alergia é uma reação do sistema imunológico, que cria anticorpos contra proteínas e passa a atacá-las quando ingeridas. Atua diretamente nos mastócitos, provocando a liberação de histamina, o que provoca os sintomas alérgicos.
Herança genética, idade, hábitos alimentares, hereditariedade, exposição ao alimento, permeabilidade gastrointestinal e fatores ambientais são alguns dos motivos que podem levar o indivíduo a desenvolver alergia alimentar.
A maioria dos alimentos pode desencadear uma resposta alérgica, mas, a preparação, o cozimento e a ação do ácido digestivo e das enzimas destroem este potencial. Os alimentos frequentemente envolvidos na alergia são os que possuem alto teor de proteínas. A proteína causadora de alergias encontrada no ovo é a albumina presente na clara, mas como é impossível separá-la da gema é necessário retirar os ovos totalmente da dieta, inclusive os alimentos em que ele aparece em pequenas quantidades.
O ovo de galinha é um excelente exemplo de produto bem protegido por seus parâmetros intrínsecos. Externamente, um ovo fresco apresenta três estruturas, as quais impedem a entrada de microrganismos de modos diferentes: a membrana cerosa externa, a casca e a membrana interna da casca. Internamente, a lisozima está presente na clara, que também contém avidina, que forma um complexo com a biotina, tornando essa vitamina indisponível para os microrganismos. A conalbumina forma um complexo com o ferro, suprimindo a sua utilização pelos microrganismos. A ovoflavoproteína retém riboflavina (vitamina B2), já a ovotransferrina parece ser a substância inibitória da clara do ovo que inibe a Salmonella Enteritidis. Por outro lado, os nutrientes contidos na gema e o seu pH (cerca de 6,8) fazem com que ela seja uma excelente fonte para o crescimento da maioria dos microrganismos.
Os sintomas começam a aparecer de trinta minutos à uma hora de ingestão. Na pele, aparecem placas vermelhas que coçam; falta de ar; tontura; alterações dos vasos sanguíneos; edema de mucosas (lábios, pálpebras e glote); pode levar a uma queda rápida da pressão arterial, constrição dos brônquios pulmonares e choque anafilático.
Pessoas alérgicas a albumina devem evitar produtos que contenham as seguintes substâncias descritas nos rótulos: Albumina, Ovomucóide, Ovoalbumina e Lisozima.
 
Alguns Alimentos Permitidos para o alérgico:
1)Biscoito sem lactose e Ovos (tipo Sequilhos)
2)Achocolatado se Soja (Naturis)
3)Biscoito de Chocolate Sem Lactose e Ovos
4)Macarrão de Arroz Urbano - Fuzzilli sem ovos
5)Macarrão de Arroz Urbano - penne sem ovos
6)Maionese Vegetal sem ovos.

Alguns Alimentos Proibidos para o alérgico: 
1)Sorvete
2)Suflês
3)Pão-de-ló
4)Mousses
5)Empanadas
6)Macarrão
7)Panquecas
8)Bolachas
9)Bolos
10)Pão de queijo.

Dicas: Os ovos quando utilizados em preparações, tem um mero propósito de conferir liga as massas. Podemos substituir cada ovo da receita por 2 colheres (sopa) de água, 1 colher (sopa) de óleo vegetal ou 30g de tofu.
Em receitas cujo o propósito seja realizar uma mucilagem com ovos, os mesmos podem ser substituídos por 1 colher (sopa) cheia de sementes de linhaça trituradas, com 1/2 xícara (café) de água.
Em bolos podemos substituir o ovo também por uma lata de refrigerante, deixando-o 5 minutos a mais no forno, para que seque todo o líquido.
 
Fontes:
ABBAS, Abul K. MBBS; LICHTMAN, Andrew H. Imunologia Básica: Funções e Distúrbios do Sistema Imunológico. 2ª ed. Elsevier,2007.
NETO, Faustino Teixeira; Nutrição Clínica. Guanabara Koogan S.A 2003.Rio de Janeiro. 519 p.
JAY, James M. Microbiologia de Alimentos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 184-187 544-557
http://www.sosalergia.com.br/